segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Dilma e Mantega: não queremos mais saber de enrolação

Nas últimas semanas, o agravamento da crise financeira mundial levou o ministro da Fazenda Guido Mantega a dar várias declarações à imprensa sobre o assunto. Nessas intervenções, como forma de o Brasil se resguardar da crise, ele pediu “sintonia política” entre os poderes para evitar o aumento dos gastos públicos. Da fala do ministro, nenhuma novidade, pois já conhecemos este velho e equivocado discurso. Com crise ou sem crise, a tônica do governo federal tem sido corte de gastos nos serviços públicos e tentativas de rebaixamento do funcionalismo público. 
Segundo a ótica do governo, a salvação do país passa pelo arrocho nos contracheques de milhares de servidores públicos, que nada têm a ver com toda essa confusão, causada pela ganância do mercado financeiro. É punir quem sempre trabalhou pela sociedade e premiar aqueles que viveram de explorá-la. O governo adota um discurso simplista e demonstra medo de enfrentar os verdadeiros causadores das crises sistêmicas.
Diante desses fatos, um pensamento mais precipitado concluirá que o funcionalismo público não terá reajuste. Contudo, não é de hoje que a “conjuntura” sempre foi “adversa” para os servidores do país, e nem por isso deixamos de avançar em nossos direitos e em nossa valorização salarial. As conquistas que obtivemos sempre se deram a partir da unidade da categoria e de sua mobilização, e não da boa-vontade dos governantes.
Guido Mantega, ao falar em “sintonia política”, demonstra sua preocupação com o movimento do Judiciário Federal, fruto de quase dois anos de pressão da categoria, de incluir os recursos para o pagamento integral do PCS em sua proposta orçamentária para 2012. Além disso, o ministro Peluso enviou um ofício à presidente Dilma dizendo que não cabe ao Executivo fazer mudanças no orçamento de outro Poder.
Esses elementos mostram que o PL deu passos importantes e que o governo precisará abrir um processo negocial sobre o PCS dos servidores do judiciário federal. Neste sentido, não devemos dar ouvidos àqueles que sempre nos detrataram; precisamos conversar com nossos colegas e reforçar nosso espírito de mobilização e unidade.
Devemos lutar para que o STF mantenha a posição de defender a autonomia e valorização do servidores do Poder Judiciário e incidirmos sobre o Executivo para quebrar sua intransigência Os avanços do PCS foram fruto de nosso esforço, e sua aprovação final passará necessariamente por ele.

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