segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Apedido publicado no Correio do Povo em 17/10/2011

Um comentário:

  1. Pois é! Estamos na quinta greve na luta pelo mesmo PCS, desde o ano dois mil e algumas bolinhas a mais do que agora. Em parte, a culpa é do STF, do Legislativo, do Executivo, porém, mais ainda, é nossa culpa também, por não fazermos uma greve realmente FORTE. Ademais, em cinco greves, pode-se notar vários motivos que levam os servidores a não aderir ao movimento grevista. Todos esses motivos, podem ser resumidos em 13.

    Vejamos, então, os 13 reais motivos para não aderir à greve:

    (a ordem que segue é apenas didática)

    1–Medo de perder a sua funçãozinha escatológica;

    2–Medo de perder a posição de 1º lugar no ranking dos puxa-sacos;

    3–Receio de que lhe cortem o salário, e por isso não consiga mais pagar aquela dívida parcelada, a qual nunca é quitada porque justamente se ganha muito pouco;

    4–Egoísmo, pois é rico e não necessita de aumento, esquecendo-se de que nem todos os colegas servidores são ricos;

    5–Parasitismo, pois sabe que, se ficar trabalhando quietinho, outros irão à luta no seu lugar, e no fim todos ganham;

    6–Porque sua religião não permite que se ganhe mais do que a massa proletariada, mesmo considerando que ganhar bem é a recompensa por anos de estudo e esforço pessoal;

    7–Receio de que alguns juízes o olhem torto e não lhe digam mais sequer "bom dia", mesmo considerando que alguns, com ou sem greve, não dizem mesmo;

    8–Porque não é o momento, e para alguns servidores parece que nunca é;

    9–Porque gostariam mesmo é de voltar a ganhar o "super-salário" anterior ao PCS 1;

    10-Porque vai haver correição na sua unidade;

    11-Porque sua unidade está com o serviço atrasado;

    12-Porque ainda não terminaram o "importantíssimo" cadastramento nacional de devedores;

    13–Para continuar se mantendo firme na sua posição de completo imbecil (e parece que isso atrai elogios dos seus superiores).

    Acredito que os sindicatos deveriam trabalhar sobre esses motivos, pois, pelo que se vê, é justamente isso que impede alguns (muitíssimos) servidores de aderir à greve. E o que mais causa espanto a qualquer um que tenha a metade da inteligência que Deus concedeu a um jumento, é que parece que muita gente prefere ver seu salário minguando a cada dia que passa. E quem vai poder dizer que isso não é uma tremenda burrice. Se assim continuar, em breve, o salário dos servidores mal dará para comprar capim para comer, e olha que isso é o que muita gente parece estar merecendo isso tal é sua teimosia asinina em não entender que á greve é um direito e que se luta pelo que lhe é legalmente e moralmente devido. Enfim, não se deve ter vergonha de fazer greve; tal vergonha parece que cabe apenas a alguns tantos juizes que, não tendo outros meios de elevarem seus subsídios, preferem se intrometer (invejosa e ciumentamente) na luta dos servidores, desejando ver o salário desses lá embaixo, achatados como sola de sapato, assim lhes fica a impressão hipócrita de que ganham bem (não havendo a tal quebra da hieraquia que parece existir apenas na cabeça de uns e outros que devem ter sido teletransportados através do tempo desde a época do feudalismo), e perante a sociedade não ficam parecendo servidores públicos comuns (e não são?!). A esses, vale lhes lembrar de que estamos no século XXI, meus caros! A Idade Média já passou há tempos, e a época em que homens eram considerados (ou se consideravam) deuses é mais remota ainda!

    E já dizia Martin Luther King: "A greve, no fundo, é a linguagem dos que não são ouvidos". Pena que muitos não são ouvidos porque se cortaram a própria língua, a coragem e o respeito próprio.

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