quarta-feira, 16 de novembro de 2011

“Enquanto houver greve, eu não negocio”, diz presidente do TRE/RS













Foi um barulhaço que fez os ouvidos zumbir. Ontem, os grevistas do Judiciário Federal do RS fizeram um ato público, em frente ao Palácio da Justiça, no Centro de Porto Alegre. Aproveitando a realização do Colégio de Presidentes de TREs em Porto Alegre, os servidores foram protestar publicamente contra a falta de diálogo e a punição dos que participaram de movimentos paredistas em 2010.
Os diretores Silvana Klein e Thomaz Farias conseguiram, depois de quase uma hora de negociação, entrar no prédio. Foram recebidos pelo presidente do Colégio, desembargador Walter de Almeida Guilherme, e pelo presidente do TRE/RS, desembargador Marco Aurélio Caminha, visivelmente constrangido pela manifestação.
Caminha quis imputar aos grevistas o fim das negociações. Disse que, depois do ato de 28/9, em frente ao tribunal, “o acerto com o sindicato foi quebrado”. Silvana lembrou que aconteceu o contrário, que o ato foi feito justamente para que as negociações fossem reabertas.
Thomaz reforçou que os servidores têm direito à livre organização sindical e que a greve é um direito constitucional. Caminha rebateu que cada tribunal tem sua direção e que, “infelizmente, o sindicato do RS é bastante aguerrido”. Ele disse que não participou de uma greve de juízes nos anos 1990 e que isso deixa claro que sua posição quanto à greve no serviço público é antiga. O desembargador se mostrou irredutível e afirmou que “enquanto tiver esse movimento, eu não negocio”.
Lá embaixo, os servidores fizeram uma caminhada em torno do prédio. Era possível ouvir o barulho durante a conversa com os desembargadores.
Quando Silvana e Thomaz voltaram para a frente do prédio e relatam o resultado da reunião, houve uma ruidosa vaia coletiva à postura do presidente do TRE/RS. Depois do ato, todos fizeram mais uma caminhada com mais barulho, circundando o Palácio da Justiça. Durante o ato público, os colegas não deixaram dúvida: não se submeterão ao autoritarismo e continuarão denunciando a falta de negociação no Eleitoral gaúcho.

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